Vai que acha!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Eu não sei lidar com gente.

Eu não sei lidar com gente.
Tenho uma necessidade patológica de ser aceita.
Tudo me atinge. Se não me devolvem o bom dia, se o olhar ou o tom de voz não soaram como de costume, lá vou eu especular mentalmente o que fiz de errado.
Odeio isso.
Odeio, porque em função disso, muitas vezes não me oponho, não me imponho, não digo não, aceito, concordo, deixo pra lá. Fico me martirizando quando percebo que fiz algo errado, que não agi conforme o esperado, conforme o que consideram o adequado. Ainda que eu acredite que esteja certa. Eu não sei ser adequada e é muito esforço para mim sê-lo! E a culpa. Ah, a dona culpa. Bichinho lazarento e peçonhento que me encontra onde quer que eu esteja, pica e causa reação alérgica generalizada. Eu sofro do mal da culpa. Este é um dos motivos por que não sei lidar, principalmente, com as seguintes características nas pessoas:

- Que se fazem de vítimas em algum desentendimento com você: De repente, elas são apenas o reflexo do que você fez primeiro! Adimitir o erro, a própria participação??? "Cê juuuuuuuuuuuuuuura"!!! Ou seja, a culpa é sua!

- Que fazem chantagem emocional: Ódio mortal de grayskull! Não faço a vontade da pessoa só de pirraça (no caso de parentes mais próximos, porque do resto eu acabo cedendo). Não fazer deixa a pessoa triste. A tristeza e a decepção dela, são culpa sua!

- Que são manipuladoras: às vezes, a própria pessoa não sente que é. Faz, pelo hábito, pelo costume de resolver tudo desta forma. Quando menos imagina, a culpa é sua. Ela dá um nó em pingo d'água para fazer a curva do que aconteceu e transformar você no responsável, no único errado da história, justificando-se, respaudando-se em cima de características suas; aquelas que compõe o quadro de quem você é, o rótulo que você ostenta, uma vez que, tendo sempre o mesmo papel de algoz, você passa a sê-lo em qualquer circunstância.

Se estou me fazendo de vítima? Cada um que pense o que quiser. Mas darei um exemplo para ilustrar. Mudarei certos fatos, porque vaaaaaaaaaai que alguém que me conheça descubra que este blog é meu??? rsrsr

Meu exemplo de manipulação + vítima:

Façamos de conta que é o primeiro dia de aula do meu filho. Minha mãe quer muito estar lá. Entretanto, eu peço para ela que, por favor, não vá. Que é importante para mim estar neste momento sozinha. Que no dia seguinte até à faculdade, se ela quiser, pode ir toooooodos os dias. Mas que, por favor, não aparecesse só hoje. Que eu precisava daquele tempo pra mim. Não expliquei as minhas razões mais profundas, contudo deixei claro o quão importante e necessário era para mim estar sozinha naquele momento. 

Quando eu chego na escola, com meu filho, ela já tinha ido à sala, conhecido a professora, e esperava por meu filho na porta, cheia de sorrisos, como se eu não tivesse falado um A sobre nada...
Engulo seco, despeço-me do meu filho e vou embora, aos prantos (mas ninguém viu). Qualquer conversa pessoalmente, resultaria num Deus-sabe-no-que! Mandei mensagem, dizendo que ela havia estragado um dia muito importante, que ela sabia que eu precisava daquele momento e foi mesmo assim. Ela respondeu que era um absurdo, que eu era muito egosísta e pediu que Deus me abençoasse, como se fosse a porta-voz oficial Dele, atestando o meu erro! No fim, a errada fui eu.  

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