Vai que acha!

sábado, 6 de dezembro de 2014

Como se não bastasse...

Na conclusão da avaliação neuropsicológica, além de TDAH, como já disse, havia um transtorno de ansiedade moderado e uma depressão leve. Massssssssssssssssss o que não estava escrito e que me incomoda/atrapalha/prejudica, e que minha médica disse que trataríamos depois (pois tínhamos que tratar do que era mais importante), é minha dificuldade em lidar com pessoas. Não gosto de gente. Não da pessoa em si. Só não sei o que fazer e faço tudo errado, e me sinto péssima e isto alimenta o ciclo vicioso da fuga. Estou falando especificamente de FOBIA SOCIAL. Perdi a conta de quantas situações, pessoas e lugares eu já evitei. Na adolescência era muito pior!

1- Uma vez, fiquei na casa de uma monitora, em outra cidade, para prestar vestibular. Ela me convidou para almoçar com ela e o namorado. O que fiz? Fugi. Literalmente. Deixei um bilhete, dizendo que tive que ir embora logo depois da prova e fui. Não sei o que me apavorou mais, se comer na frente deles; não saber como lidar numa situação daquelas, se encontrar com uma pessoa que nunca havia visto... foi péssimo! Morri de vergonha de fazer isso, mas fiquei tão apavorada que peguei o primeiro ônibus e voltei para casa.

2- Não telefonava. Sempre que minha mãe pedia que eu ligasse para alguém (pessoa física ou estabelecimento) eu me recusava. Ficava apavorada de não saber o que dizer e parecer burra ou coisa do tipo. 

3- Se gostava de alguém, não chegava perto. Ficava muda. Não sabia o que dizer! Uma vez, um conhecido da minha irmã deu a entender que estava interessado em mim. Era alguns anos mais velho, trabalhava, tinha o próprio carro, era super educado e lindo. O que eu fiz? Fugi do papo, dei boa noite e nunca liguei para ele. Outra vez, uma pessoa escreveu uma carta demonstrando interesse. Ele era mais velho, conhecido da família. Nunca respondi. Fiquei apavorada, principalmente com o fato de ser uma carta. Eu tenho medo de cartas - nem me perguntem o porquê!!!. Isso tem nome? Cartofobia???

4- Comer perto dos outro era terrível. Evitei ao máximo, sempre! Comecei a melhorar quando eu e uma amiga, do Ensino Médio, íamos à padaria comer bombas de chocolate. Foi bem incômodo nos primeiros meses, ficava toda sem jeito. Depois, acabei me acostumando com ela.

5 - Já na vida adulta, deixei de aceitar empregos e procurar por eles. Tinha pavor de ser taxada de burra e incompetente.

6 - Autoridades/pessoas "importantes". Pois é, nunca tive futuro como puxa-saco! Não conseguia/consigo manter uma relação mais próxima com estas figuras. Se chego a conversar, eu tremo, gaguejo, fico apertando as mãos, extremamente ansiosa. Na minha cabeça, vão passando somente estratégias de fuga, o que posso inventar para sair dali! Na minha primeira formatura de graduação, escolhi uma sala de um bloco de um curso que não tinha nada a ver com o meu, só para que as pessoas não fossem (uma vez que o evento é público). No fim, éramos cinco: a banca (orientador e dois avaliadores), eu e meu namorado (que hoje é marido). Enquanto falava o que havia estudado, mal conseguia identificar aquelas pessoas. Só queria que acabasse rápido, mal conseguia distinguir as palavras nas intervenções que faziam. No final deu certo. Passei com nota total. rsrs

Medo de ser julgado atormenta quem tem fobia social

Doença pode ter causas genéticas e deve ser tratada com terapia comportamental

POR NATALIA DO VALE PUBLICADO EM 15/06/2010
Tudo vai bem até que chega a hora de se apresentar em público ou de se relacionar com uma turma maior do que a de costume. Você começa a suar frio e a primeira reação que lhe vem a cabeça é fugir daquela situação, afinal, mais uma tentativa se esgotou e você não conseguiu vencer essemedo inexplicável que chega sem avisar. 

(...)

A fobia social é uma síndrome que se caracteriza pela dificuldade excessiva de conviver em sociedade e pelo medo aparentemente inexplicável de se expressar em público. De origens ainda desconhecidas, a doença acomete crianças e adultos e impede o desenvolvimento social das pessoas causando sofrimento e dor, que pode se manifestar através de reações físicas. "Quando sabem que passarão por alguma situação em que terão que se expor em público, alguns pacientes reagem instintivamente, roendo unhas, fumando descompassadamente ou até mordendo os lábios e se beliscando. É o jeito que encontram de se refugiar daquela situação limite", explica a coordenadora do Projeto Transtornos do Espectro Obsessivo Compulsivo (Protoc), Christina Gonzalez, da Unifesp. 

fobia social
fobia social
Medo persistente de que?
Geralmente, quem tem fobia social sofre com o medo do julgamento dos outros e de sua própria autocrítica, que os impede de ao menos tentar se relacionar com alguém. Acha que não faz nada certo e que todo mundo percebe isso apenas de olhá-la, daí o pânico diante de situações públicas. 

Para Christina Gonzalez, um dos sintomas mais marcantes da síndrome é esse medo persistente e acentuado do que os outros vão pensar. 

(...)

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